A Foz do Arelho é uma das zonas mais conhecidas do Oeste e um dos pontos de paragem obrigatória para os turistas da região. Agora, há mais um motivo para fazer uma visita: um novo marco urbano erguido em homenagem à comunidade piscatória da Lagoa de Óbidos. A requalificação da Rotunda da Bateira, situada na Rua Visconde de Morais, culminou na instalação de uma escultura simbólica que homenageia os pescadores da região.
A cerimónia de inauguração, que teve lugar no dia 12 de abril, reuniu dezenas de pessoas, entre autarcas, representantes de entidades locais e moradores, num gesto coletivo de respeito e valorização da identidade local. A peça central desta requalificação é uma escultura monumental assinada por José Carlos Almeida, que contou com a colaboração da equipa da Parques do Eden — Esculturas em Fibra de Vidro.
A obra representa uma bateira, embarcação tradicional da lagoa, com cerca de sete metros de comprimento, construída em fibra de vidro. Sobre ela ergue-se a figura de um pescador em grande escala, acompanhado de elementos típicos como um cesto de pesca e um saco de serapilheira. O escultor procurou garantir autenticidade à obra recolhendo relatos e testemunhos de antigos pescadores e mariscadores da zona, conferindo à escultura um enraizamento emocional que ultrapassa o valor estético.
Mais do que uma peça decorativa, a nova rotunda assume-se como um símbolo de resistência e de pertença, uma evocação à memória coletiva de homens e mulheres que fizeram do trabalho nas águas calmas da lagoa a sua vida e sustento. Fernando Sousa, presidente da Junta de Freguesia da Foz do Arelho, sublinhou a importância deste gesto como forma de reconhecimento dos que enfrentaram, em silêncio e com firmeza, os desafios de uma vida moldada pelas marés. Para o autarca, trata-se de uma justa homenagem ao saber antigo, que resistiu ao tempo e à modernidade, preservando o carácter da comunidade.
Com um investimento aproximado de 30 mil euros, esta intervenção urbana pretende também valorizar o espaço público, convidando locais e visitantes a parar, fotografar e contemplar não só a escultura, mas também a paisagem envolvente.