A pandemia da Covid-19 mudou a forma como Andreia Miguel vê a vida. Diz que começou a “viver mais calmamente e sem tanta pressão”. Natural da freguesia de Ribamar, na Lourinhã, a jovem, de 26 anos, considera-se uma “pessoa artística”, que gosta de tudo o que é relacionado com trabalhos manuais e atividade física.
Um ano antes da pandemia, começou a mudar alguns hábitos. “Deixei de fumar, de beber café e comecei a fazer mais exercício físico”, conta à NiO. Quando se deparou com uma quarentena em que tinha de estar fechada em casa, decidiu começar a partilhar conteúdos nas redes sociais — em parte, por influência do namorado, Cristóvão Morais, que “também é criador de conteúdo e já tinha muita bagagem”, revela.
Começou a ganhar seguidores e atualmente são mais de 40 mil as pessoas que acompanham o seu dia-a-dia no Instagram. À New in Oeste, Andreia explicou que aquilo que o público gosta mais de ver são vídeos de “um dia comigo e também looks do dia”. No entanto, se visitar o perfil encontra muitos conteúdos de viagens e desportos, como surf, skate e bicicleta. “Não consigo estar quieta, sempre que tenho um tempinho gosto de sair de casa e conectar-me com a natureza”, revela.
Embora seja adepta do “slow living” (viver devagar) e fã da ideia de aproveitar a vida em todos os momentos, conciliar a criação de conteúdo com o trabalho de lojista, nem sempre foi fácil. “Há muitas pessoas que pensam que a minha vida é só viajar e andar a passear”, diz. No entanto, Andreia não vive só das redes sociais. Desde 2019, trabalha numa loja de roupa, num centro comercial. Chegou a ser coordenadora mas, este ano, com a acumulação de trabalhos teve um burnout e foi obrigada a parar.
Esteve três meses de baixa e foi aí que começou a pensar sobre a criação de uma marca própria. Já há algum tempo que fazia peças de croché — “a minha mãe ensinou-me algumas coisas e outras aprendi com vídeos no Youtube”. Como ficou em casa durante algum tempo, usava esta arte manual como forma de escape, quase uma terapia. “Pensava que ia ser mais difícil de aprender, mas tive facilidade”.
Começou a produzir bandeletes para o cabelo, depois fez um bucket hat, alguns tops, malas e até biquínis. Foi ganhando experiência e as peças tornaram-se cada vez mais fáceis e rápidas de fazer. Há uns meses as amigas começaram a incentivá-la a vender os seus trabalhos. “No início fazia mais peças para mim, não pensava em vender, mas depois comecei a achar que podia ser boa ideia”.
Foi assim que surgiu a “Door 28“. O número 28 tem um grande significado, “é o número da minha porta, o aniversário da minha mãe e a minha data de aniversário ao contrário (8/2)”, conta. Tem também uma tatuagem com esses números e, quando pensou num nome foi fácil chegar ao resultado final.
A primeira coleção foi lançada no dia 1 de dezembro, com porta-chaves em formato de flores. As cores são totalmente personalizáveis, “cada pessoa pode fazer a combinação que quiser”. Uma unidade custa 7€ e, para encomendar, basta enviar uma mensagem privada para o Instagram da marca.
O processo de criação de uma peça em croché, começa com uma visita ao Pinterest, que garante ser a sua fonte de inspiração. Andreia procura ideias nesta rede social e, depois, vídeos no Youtube que expliquem como se faz. Compra os novelos adequados e replica. “A parte melhor é quando me perguntam de onde são as peças e eu respondo que fui eu que fiz”, refere.
Ter um site, com loja online, está nos planos futuros. E há a promessa de uma nova coleção “de necessaires, com dois tamanhos”. bolsas serão feitas em croché, com um forro de tecido e fecho. Para o verão, e porque está trabalhar na construção de um atelier em sua casa, tem alguns planos. “Já fiz biquinis para mim e estou a pensar fazer uma coleção para vender”, conta. Andreia tem várias ideias de expansão da marca, porque considera “que tem muito por onde crescer, quem sabe até com outro tipo de materiais”.
Em relação ao seu trabalho como criadora de conteúdo, agora pode acompanhar a sua vida também através do canal de YouTube. Decidiu expandir para esta plataforma, por influência do namorado, mas também por gostar da parte da edição ” e do cenário mais profissional e cinematográfico”. Além disso, como os vídeos são mais longos, considera que é uma forma melhor para as pessoas acompanharem a sua vida e “também me conhecerem melhor”.
Carregue na galeria para ver algumas fotos da marca da influenciadora e também das atividades que pratica.
