As Caldas da Rainha foram recentemente destacadas pela revista espanhola “Viajar” como uma das cidades portuguesas desconhecidas que vale a pena descobrir, sublinhando o seu património termal único e o facto de albergar o hospital termal mais antigo do mundo ainda em funcionamento. A publicação descreve as Caldas como “um paraíso termal fundado por uma rainha”, sublinhando a sua singular combinação entre história, arte e bem-estar.
Situada a cerca de 80 quilómetros de Lisboa e próxima da costa, as Caldas da Rainha surgiram no século XV graças à iniciativa visionária da Rainha D. Leonor, que, ao descobrir os poderes curativos das águas locais, mandou construir um hospital termal para acolher quem necessitasse de tratamento. Este gesto fundacional não só deu origem à cidade como consolidou a sua vocação terapêutica, transformando-a, séculos mais tarde, num refúgio da nobreza e da burguesia europeia durante o apogeu dos balneários no século XIX.
O artigo destaca o Complexo Termal, composto pelo antigo hospital e pelo atual Museu do Hospital Termal, como ponto essencial para compreender a história da cidade. A publicação relembra que as termas foram, durante séculos, o epicentro das Caldas e continuam a ser um símbolo de saúde e tradição.
Outro aspecto valorizado pela “Viajar” é o rico património arquitetónico da cidade, que abrange estilos que vão do barroco ao Art Nouveau, testemunhos de diferentes épocas de prosperidade. Entre os locais de visita obrigatória, a publicação espanhola menciona o Parque D. Carlos I, um jardim romântico do século XIX projetado por Rodrigo Berquó, onde se podem encontrar lagos, esculturas e o Museu José Malhoa, com uma importante coleção de arte portuguesa.
A reportagem também celebra a tradição cerâmica de Caldas da Rainha, reconhecida internacionalmente. Desde 2019, a cidade integra a Rede de Cidades Criativas da UNESCO precisamente pelo seu legado cerâmico, que conta com mais de 500 anos de história e cerca de 17 oficinas ainda em atividade. O Museu de Cerâmica, instalado num palácio romântico do século XIX, e a Fábrica de Faianças Rafael Bordalo Pinheiro, onde nasceu a célebre louça caldense, são apontados como locais imperdíveis.
No centro da cidade, a Praça da República, também conhecida como Praça da Fruta, recebe destaque por ser o único mercado diário ao ar livre de Portugal, rodeado por fachadas coloridas e azulejos típicos. É descrita como um espaço vibrante onde se sente o pulso da cidade e se aprecia o melhor da sua produção agrícola e artesanal.
Por fim, a “Viajar” realça o encanto natural da Mata Rainha D. Leonor, um bosque plantado por ordem da fundadora da cidade para proteger os mananciais termais. Com 17 hectares de árvores centenárias, é hoje um dos pulmões verdes mais belos da região.
Com este destaque internacional, as Caldas da Rainha destacam-se, cada vez mais, como um destino turístico genuíno, rico em cultura, arte e tradição termal.

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