A inauguração do Centro de Interpretação do Canhão Cársico de Ota decorreu na passada quinta-feira, 26 de setembro, num espaço que foi renovado e que se tornou pequeno com a presença de tantos visitantes e de todos os que fizeram este projeto acontecer. O Monumento Natural Local conta, a partir de agora, com um local físico, aberto de segunda a sexta-feira entre as nove e as 17 horas, que irá divulgar e promover, mais ainda, uma atração do concelho de Alenquer.
No espaço situado no Largo Dr. Mário Madeira, número 19, em Ota, fica agora patente uma exposição sobre a riqueza geológica, faunística e florística do Monumento Natural Local do Canhão Cársico de Ota (MNLCCO), uma de duas áreas classificadas do território de Alenquer a par da Paisagem Protegida da Serra de Montejunto.
O Monumento Natural Local do Canhão Cársico de Ota, que integra a Rede Nacional de Áreas Protegidas desde 2022, contabiliza mais de 316 hectares de um verdadeiro ‘tesouro’ de conservação da biodiversidade, congregando um vale escarpado, estreito e profundo com vertentes abruptas, resultado da ação erosiva do rio no calcário do Jurássico Superior, com uma idade aproximada de 250 milhões de anos.
Em exibição está uma seleção de diapositivos de nove diferentes temas: a geodiversidade, a arqueologia em canhão, o Projeto LIFE LxAquila, a biodiversidade, a monitorização e caracterização da flora, mostra de insetos polinizadores, as borboletas noturnas do Canhão Cársico de Ota, Natur’Alenquer e na sombra do Pinheiro Alepo. Os contributos chegaram através de organizações como a Sociedade Portuguesa de Botânica, a Tagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal, a Rede de Estações de Borboletas Noturnas, a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, a Associação Geoparque Oeste e os professores e investigadores José Carlos Morais, André Texugo, Ana Catarina Basílio e Francisco Veloso.
O presidente do Município, Pedro Folgado, sublinhou o contributo dado por todos os que quiseram investigar e “dar a conhecer mais sobre os antepassados e outras eras no planeta”, ao qual o concelho de Alenquer acrescentou mais uns pontos de relevo. “Agradecemos a todos aqueles que fizeram este caminho desde o início do processo até hoje. Formalizamos aqui este espaço que é um centro de interpretação e um encontro de pessoas, que aqui podem refletir, discutir e falar sobre aquilo que é o Canhão Cársico, mas obviamente a preocupação que temos com o ambiente. No limite, é o que aqui estamos a fazer: a trabalhar pela preservação das espécies”, reforçou o autarca alenquerense.
João Serra, presidente da direção da Associação Geoparque Oeste, catalogou as várias áreas protegidas que integram a organização, mas deu conta que “as pessoas é que fazem os projetos”. “Mais do que sermos decisores, queremos ser influenciadores. Queremos mais cultura à volta dos temas, mais fruição e mais preservação. Esperemos que o Geoparque venha trazer um ‘push’ à região Oeste. O Canhão Cársico da Ota de certeza que irá ficar muito bem enquadrado dentro da temática”, disse, abrindo a porta à entrada de Alenquer, a partir de 2025, no Geoparque Oeste.
Para a freguesia de Ota, o Centro Interpretativo é um polo enriquecedor para a população e que poderá atrair mais visitantes. “É com grande orgulho e emoção que hoje nos reunimos aqui. É um momento histórico para a nossa freguesia, concelho e região Oeste. O Canhão Cársico é mais do que um simples monumento natural, é um testemunho de história viva que moldou e continua a moldar a nossa terra e as nossas gentes da freguesia e do concelho de Alenquer”, afirmou o presidente de Junta de Freguesia de Ota, Diogo Carvalho.