A Nazaré é uma das zonas mais famosas do País e não apenas para os fãs de surf. A tradição ligada à pesca também é outra das atrações.
Um dos exemplos é a exposição de embarcações tradicionais da Nazaré, que aumentou o seu espólio, na sequência da doação do “Amor de Filhos” por parte da família do pescador Eduardo Verissimo Chalabardo à Câmara Municipal da Nazaré. Agora, o barco tradicional pode ser visto no espaço em frente ao Centro Cultural da Nazaré, onde era a antiga a lota.
“Amor de Filhos” foi utilizada na pesca local, especificamente na pesca do candil. Esta técnica artesanal recorre à rede de cerco e decorre à noite. O termo “candil” está associado ao candeio, a luz que tem o efeito de atrair o cardume e concentrá-lo ao pé da embarcação.
Esta adição foi apresentada ao público, em maio, e “homenageia o pescador bem como a sua contribuição para a história da pesca da Nazaré”, refere o município. Esta doação enriquece ainda mais a exposição a céu aberto, que começou a ser construída em 2015 e que embeleza o extenso areal da praia da Nazaré.
O seu antigo proprietário, Eduardo Chalabardo (1936-2021), desbravou os mares da Terra Nova nas viagens da pesca do bacalhau durante o estado novo. Foi presença nas temporadas, sazonais, que se estendiam de abril a novembro de cada ano. A pesca do bacalhau é um trabalho duro, na época, com poucas condições de higiene e salubridade, em que se trabalhava extensas horas por dia podendo chegar às 20 horas de trabalho sem descanso.
A mostra pode ser visitada todo o ano e estende-se ao longo da Avenida Manuel Remígio, a famosa marginal da Nazaré. Esta vem juntar-se às não menos históricas e tradicionais embarcações nazarenas “Nossa Senhora dos Aflitos”, “Mimosa”, “Perdido”, “Vagos”, “Ilda”, “Três Irmãos Leais” e “Sol da Vida”, ícones representativos da identidade e da história do concelho, associada ao mar.
