A Festa da Atalaia, no concelho da Lourinhã, começa com um ato simbólico, mas cheio de história e tradição. Na quinta-feira, 29 de agosto, pelas 19 horas, deu-se o levantamento do arco, o único apontamento do dia. Esta é uma cerimónia popular que marca o início das festas de Nossa Senhora da Guia, que decorrem até 6 de setembro.
O arco é produzido pelos festeiros e é ornamentado com murta, verduras e flores. Pode ainda ter elementos decorativos alusivos ao evento. “É um marco histórico que simboliza a festa que tem elementos característicos no próprio arco, como o barco ou âncoras. O arco é quase sempre o mesmo, mas os efeitos mudam anualmente consoante a comissão de festas”, explicou Valter Vitorino.
O vice-presidente da comissão organizadora da festa, de 37 anos, explicou à New in Oeste, um pouco sobre a tradição do marisco na Festa da Atalaia. “Há muitos anos faziam a chamada ‘festa dos velhos’, onde o que se comia era apenas o mexilhão das Berlengas. Alguns pescadores iam até à ilha, apanhavam os bivalves e depois comiam aqui para celebrar a santa padroeira. Começou por ser um dia, depois uns fins de semana e, agora, celebramos em nove dias.”
Acidentalmente, ou não, o evento é mais conhecido pelo serviço de restaurante e pelo marisco do que pela festa popular em si. E os números ajudam a explicar: são consumidas cerca de 40 toneladas de marisco, entre mexilhão, camarão, sapateira e lagosta, entre muitos outros. “E os 15 mil litros de cerveja também ajudam a perceber a afluência de público à festa”, revelou Valter Vitorino.
Considerando que estas iguarias precisam de um cuidado especial, Valter confessou o segredo do sucesso: “Com exceção do camarão, que é congelado devido às suas características, todo o outro marisco é fresco. Temos sempre cuidado com o que escolhemos para servir. Aqui não arriscamos em nada que possa pôr em risco a qualidade e o bom nome que a nossa festa já tem”.
A festa começa na sexta-feira, 30 de agosto, com muita animação e a abertura do restaurante dedicado ao marisco. Como região dedicada à pesca, mas, essencialmente, à apanha do marisco, este produto do mar é o que mais atrai os milhares de visitantes que se deslocam à Atalaia. E este evento só é possível, com a ajuda dos voluntários. “As pessoas não têm noção, mas numa altura de muito pico, no restaurante, estão mais de 80 pessoas na cozinha”.
O pavilhão multiusos da Atalaia, mandado construir pela população com o dinheiro angariado nas diversas festas e finalizado em 2007, serve de refugiu para o restaurante. E é por ele que se passa para chegar ao recinto da festa, composto por um pequeno largo enfeitado com flores de papel e um palco de médias dimensões.
Esta logística impede que as bandas com grandes camiões palco façam parte do cartaz, mas as organizações têm conseguido contornar a situação. “Todos os anos, apostamos num nome forte da música nacional. Este ano, temos as Bombocas no dia 4. No ano passado tivemos a presença do Quim Barreiros, por exemplo. Tem sido uma aposta ganha e deve continuar pelos próximos anos”, acrescenta.
Apesar de ser considerada a festa com a maior afluência de público no concelho da Lourinhã, Valter confessa que as expectativas para este ano são altas: “Tivemos o feedback das outras festas de que, este ano, tem havido uma quebra de visitantes. Continuamos a esforçar-nos e a criar todas as condições para fazer uma boa festa até 6 de setembro”.
Consulte aqui o cartaz da Festa da Atalaia.
Agosto
Dia 30 — 22 horas, Banda CTL; Duas da manhã, DJ Nelson F.
Dia 31 — 22 horas, Gosto Banda; Duas da manhã, Olha Que Pimbalhada.
Setembro
Dia 1 — 22 horas, Grupo Ómega; Duas da manhã, DJ Manel.
Dia 2 — 22 horas, Banda Enigma; Duas da manhã, DJ André Fonseca.
Dia 3 — 22 horas, Made in Music; Duas da manhã, DJ João Filipe.
Dia 4 — 22 horas, Banda VIPs; 23h30, Bombocas; Duas da manhã, DJ Paulo Dura Animação e DJ Luís.
Dia 5 — 22 horas, Banda Raska; Duas da manhã, DJ Malaquias.
Dia 6 — 22 horas, Banda Majestic; Duas da manhã, DJ Manel.