fit

Afinal, o Pilates ajuda ou não a emagrecer?

É uma das modalidades que mais tem crescido nos últimos anos e apresenta vários benefícios. Saiba se a perda de peso é um deles.
Saiba tudo.

As redes sociais estão cheias de fotografias de mulheres com corpos definidos e que a maioria do público feminino inveja. As silhuetas atléticas destas criadoras de conteúdo são, habitualmente, associadas a uma alimentação saudável e rotina de exercício físico regular, na qual se insere a prática de Pilates. A recomendação das próprias para a prática da modalidade levou ao surgimento da questão se estas sessões são realmente eficazes num processo de ganho muscular ou perda de peso. 

Os principais benefícios não se prendem diretamente com a perda de massa gorda ou ganho de músculo. “É uma técnica usada na saúde para conquistar performance física com movimentos de baixa intensidade em termos cardíacos. As suas mais-valias são, essencialmente, melhoria da postura e do alinhamento corporal porque é trabalhado o fortalecimento do core, tantos nos ombros como abdominais”, conta à NiT a fisioterapeuta e instrutora de Pilates do Centro Clínico Andar, Sofia Pinto Mendes.

Esta melhor visão sobre as posturas do corpo é visível em atividades diárias, como num simples agachar ou numa postura mais correta quando está sentado. “As pessoas conseguem usar os músculos de forma mais eficiente.” Em meados do século XX, Joseph H. Pilates, um ginasta e fisioculturista alemão que se inspirou no ioga para criar este desporto, para melhorar a sua própria saúde, uma vez que sofria de asma, raquitismo e febre reumática desde miúdo.

A técnica tornou-se tão utilizada em todo o mundo que, atualmente, os estúdios dedicados em exclusivo à modalidade são os principais rivais dos ginásios. Entre um treino num destes clubes e uma sessão de Pilates existem diferenças significativas, tanto nos resultados como no processo.

“Em aulas da modalidade conseguimos trabalhar mais a consciência corporal, respiratória, flexibilidade e adequamos melhor a respiração nos exercícios. No caso dos centros de fitness esse trabalho não é feito. Há movimentos e técnicas para os fazer, mas não se dá tanta importância à parte de noção do corpo”, refere.

A profissional salienta que, se o principal objetivo é uma perda de peso rápida, a prática de Pilates “não é a melhor opção.” Nesse caso, é necessário um gasto energético mais elevado que consegue obter com trabalho cardiovascular e exercícios de musculação. 

“Num mundo ideal seriam conjugadas as duas coisas. O Pilates é um bom complemento, porque traz um maior controlo do stress e a consciência do corpo é algo importante para fazer os movimentos da maneira mais correta e para evitar lesões.” A recomendação desta prática é dada a toda a gente, mas Sofia realça que à faixa etária acima dos 50 anos é ainda mais aconselhado porque é uma forma de mover o corpo de uma forma menos abrupta que um ginásio.

Se já viu várias influencers no seu feed de Instagram com a promover a prática de Pilates porque as deixou com o corpo mais definido, isto tem uma explicação. “Pessoas com uma percentagem mais baixa de massa gorda conseguem visualizar melhor a definição dos músculos a aumentar gradualmente. Como se trabalham vários grupos musculares com resistências e pesos, acabam por ficar mais tonificados”, esclarece.

Tenha em conta que, para observar os primeiros resultados, é fundamental aliar a prática da modalidade a uma alimentação saudável e, se possível, a outro tipo de desporto. Sofia menciona que as primeiras observações corporais feitas pelas clientes se referem à sensação de estarem mais altas e terem menos barriga.

“Isto acontece porque, com o trabalho corporal, é-lhes ensinada a importância de uma postura correta, com os ombros para trás. Com o tempo, o corpo acaba por assumir esta posição e dá o efeito de menos barriga e de maior altura, mas não quer dizer que tenham diminuído a gordura, os abdominais apenas recuaram naturalmente.”

Há muita gente que não experimentou esta técnica e tem o preconceito de que é algo aborrecido, monótono e que não envolve esforço físico. Por trabalhar os grupos musculares de uma forma intensa, é uma atividade que exige esforço, e, segundo a fisioterapeuta, “só quem não praticou é que acha que é chato.” A recomendação é de praticar duas a três vezes por semana para começar a sentir os efeitos a médio e longo prazo. 

 

MAIS HISTÓRIAS DO OESTE

AGENDA