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Teatro da Rainha celebra 40 anos com uma icónica comédia de Molière

A adaptação de Fernando Mora Ramos regressa às Caldas da Rainha depois de ter esgotado cinco noites em julho do ano passado.
Com cenografia de Joel Pereira.

O Teatro da Rainha, um dos grandes motores culturais das Caldas da Rainha, celebra este ano quatro décadas de existência. Fundado em 1985, tem sido uma referência incontornável na cidade, trazendo à cena espetáculos que combinam o melhor dos clássicos com a ousadia do teatro contemporâneo, sempre com um toque vanguardista.

Ao longo destes 40 anos, o Teatro da Rainha tem levado à região Oeste peças marcantes como “A Mandrágora”, de Machiavelli (em 2022), e “Europa 39”, de Bertolt Brecht (em 2017), além de nomes incontornáveis do teatro, como Gil Vicente, Samuel Beckett e Heiner Müller. Para dar início às comemorações dos 40 anos, não podia faltar um espetáculo à altura: a comédia “Jorge Patego ou o Marido Humilhado”, de Molière, que durante o verão esgotou cinco noites no Largo do Hospital Termal, volta aos palcos para ajudar a companhia a apagar as velas.

Nos dias 10 e 11 de janeiro, sexta e sábado, às 21h30, o Grande Auditório do Centro Cultural e de Congressos (CCC) recebe novamente esta peça, numa encenação de Fernando Mora Ramos que promete arrancar gargalhadas e pôr o público a pensar. Se ainda não tem planos, esta é a desculpa perfeita para uma noite diferente.

“Não podia haver melhor proposta para iniciar a temporada dos 40 anos do Teatro da Rainha do que esta comédia de Molière, peça com a qual Fernando Mora Ramos inaugurou o seu percurso na encenação em 1979”, destaca a companhia em companhia. Além das sessões noturnas para o público em geral, às 21h30, haverá ainda apresentações exclusivas para as escolas, de segunda a quarta-feira, nos dias 13, 14 e 15, às 15 horas, mediante marcação prévia.

Exibida pela primeira vez no Palácio de Versalhes, em 1668, “Jorge Patego ou o marido humilhado” trata-se de uma história de ambição, traição e, claro, muitas peripécias. A trama centra-se em Jorge Patego, um camponês enriquecido que se casa com Angélica, uma jovem fidalga, numa tentativa de ascender socialmente.

Porém, nada corre como esperado: Angélica, filha de uma nobreza rural decadente, não aceita o destino traçado pelos pais e sonha com uma vida que Patego nunca lhe poderá dar. Apaixonada por um visconde da corte, faz de tudo para escapar às tentativas do marido de provar a sua infidelidade.

Para o encenador Fernando Mora Ramos, a complexidade da peça está nos protagonistas. “O mais complexo são o próprio Patego e Angélica, ele sofrendo um tipo de cisão interior, experimentando uma ‘dor’ desconhecida num tipo que pensa que o dinheiro compra tudo, e ela ‘sonhando’ com uma vida que Patego nunca lhe dará e a que os pais a obrigam ”, explica.

O elenco, que dá vida a esta comédia de contrastes e conflitos sociais, inclui nomes como Fábio Costa (Jorge Patego), Mafalda Taveira (Angélica), José Carlos Faria, Isabel Lopes, Hâmbar de Sousa, Beatriz Antunes, Nuno Miguens Machado e Tiago Moreira. A peça conta ainda com uma cenografia de Joel Pereira, baseada no cenário desenhado por José Serrão para “Mandrágora”, de Niccolò Machiavelli, luzes de Hâmbar de Sousa e som desenhado por Francisco Leal.

Os ingressos estão à venda nas bilheteiras do CCC, na Rua Dr. Leonel Sotto Mayor 23D, e no site da BOl. Para quem quiser levar um pedaço desta história para casa, a tradução de Isabel Lopes da peça vai estar disponível em livro, numa parceria entre o Teatro da Rainha e a editora Companhia das Ilhas.

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