Sabia que, em Torres Vedras, quando se ouve o comboio durante um jogo do Sport Clube União Torreense, no estádio Manuel Marques, é sinal de que alguém vai marcar? Chamam-lhe o “comboio do golo”.
Esta é apenas uma das muitas curiosidades que pode encontrar no livro “Ser Torriense”. A obra foi apresentada no passado dia 6 de dezembro, nas antigas instalações do Instituto da Vinha e do Vinho de Torres Vedras. O objetivo é reunir um pouco da essência do que significa ser um cidadão de Torres Vedras.
A obra, publicada pela Câmara Municipal de Torres Vedras, está escrita num tom leve e descontraído, destacando os hábitos, as memórias e as características mais particulares dos torrienses. Caracteriza-se também por ser um convite à reflexão sobre a identidade local e o sentimento de pertença à comunidade.
Além dos relatos de pessoas de várias freguesias — recolhidos através de entrevistas aos presidentes de Junta —, os leitores vão encontrar desafios e perguntas no final de cada capítulo. Uma oportunidade para testar os conhecimentos e descobrir se é ou não um verdadeiro torriense. Tudo isto com muito sentido de humor à mistura.
O livro pretende promover a partilha de histórias sobre o concelho e promover a discussão em torno das especificidades que fazem parte do património imaterial da zona.
Na apresentação, Laura Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras, sublinhou a importância da obra enquanto parte do Plano de Ação da marca Torres Vedras.
“Muito do que faz este concelho ser único está nas pessoas, nas suas relações e na maneira como vivem em sociedade, partilhando um território”, sublinhou. “É bom sinal que tenhamos histórias e memórias em comum para contar, que saibamos reconhecer hábitos, comportamentos, tradições e idiossincrasias que partilhamos coletivamente. É também isso que é ser torriense”, acrescentou.
Pedro Loureiro, ilustrador da obra, descreve o projeto como “divertido e desafiante”, reforçando que são “as pequenas histórias com que as pessoas se identificam aquelas que vale a pena desenhar”. Para o artista, a ilustração contribui para um imaginário especial criado a partir do texto, de uma forma que a fotografia não alcança.
E porque “Ser Torriense” é feito de memórias coletivas, as divertidas ilustrações de Pedro Loureiro apresentam elementos culturais incontornáveis da região, como o Carnaval de Torres, aos dizeres da terra. Como aqueles fins de tarde de verão em que “as famílias fazem o ‘sacode-pés’ nas escadas ou à beira do carro, olhando mais uma vez o pôr do sol”.
A obra está à venda por 10€ no Posto de Turismo de Torres Vedras e de Santa Cruz. A poucos dias do Natal, este pode ser um ótimo presente para oferecer àquele amigo, tio, primo ou vizinho que tem orgulho na sua terra.
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