“James”, de Percival Everett, já tinha conquistado o National Book Award e o prémio Kirkus em 2024. Na noite de segunda-feira, 5 de maio, somou mais uma distinção à lista: o ambicionado Pulitzer de Ficção. Em Portugal, a obra foi lançada em março pela Livros do Brasil e está disponível por 17,99€.
“Quando o escravo Jim ouve rumores de que será vendido a um homem de Nova Orleães e para sempre separado da mulher e da filha, decide esconder-se na ilha de Jackson e conceber um plano. Inesperadamente, vê aparecer o jovem Huck Finn, que acaba de fingir a própria morte para escapar às mãos do pai violento. Mais de um século depois de Mark Twain ter escrito ‘As Aventuras de Huckleberry Finn’, elas são agora retomadas por Percival Everett, que lhes muda o ponto de vista”, lê-se na sinopse.
“Quem é Jim? Quais as suas paixões? E até onde está disposto a ir para vingar os seus? ‘James’ é uma reinvenção brilhante de um clássico da literatura mundial, ferozmente divertido e provocador, e uma lição notável sobre o poder da linguagem, pelas mãos de um dos mais aclamados autores norte-americanos da atualidade”, conclui.
Percival Everett, de 68 anos, nasceu nos Estados Unidos e conta já com mais de 30 obras publicadas e dezenas de prémios e distinções. Em Portugal, também pode encontrar “As Árvores”, lançado em 2023 e finalista do Booker Prize de 2022.
Outro dos seus livros mais populares é “Erasure”, que foi adaptado ao filme “American Fiction”, vencedor do Óscar de Melhor Argumento Adaptado em 2023. “Farto de ver o sistema lucrar com o entretenimento negro baseado em estereótipos ofensivos, um escritor frustrado decide publicar o seu próprio livro negro que o leva ao coração da hipocrisia que ele próprio desdenha”, lê-se na sinopse do filme, protagonizado por Jeffrey Wright e Tracee Ellis Ross.
Nos Pulitzer deste ano, o prémio de Poesia foi para “New and Selected Poems”, uma coletânea da americana Marie Howe que percorre 40 anos de poemas sobre o quotidiano. Já o troféu de Melhor Dramaturgia foi atribuído a “Purpose”, uma peça de Branden Jacobs-Jenkins que acompanha a história de uma família negra com ligações ao movimento dos direitos civis.
A gala distinguiu ainda a biografia “Every Living Thing: The Great and Deadly Race to Know All Life”, de Jason Roberts, centrada nos cientistas Carl Linnaeus e Georges-Louis de Buffon e no impacto das suas descobertas para a teoria da evolução de Darwin. O prémio de autobiografia foi para “Feeding Ghosts: A Graphic Memoir”, de Tessa Hulls, que narra três gerações da sua família com ascendência chinesa.