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Na Nazaré há um teatro “mágico” com quase 100 anos à espera de ser reconhecido

O icónico Teatro Chaby Pinheiro recebe um ciclo de espetáculos para toda a família até maio de 2025.
Icónico teatro à beira dos 100 anos.

Em 1926, foi inaugurado um dos palcos mais carismáticos e secretos da cultura do Oeste. Entre avanços e recuos desde o projeto idealizado em 1908, quase 20 anos depois, abriu o carismático espaço na Nazaré, junto ao Santuário de Nossa Senhora da Nazaré.

Intitulada “A Caminho do Centenário”, esta temporada de teatro que decorre até maio do próximo ano tem a curadoria de Adelino Mota (Lusitanus Ensemble), numa produção da Confraria de Nossa Senhora da Nazaré, com o apoio da Direção Geral das Artes e da Câmara Municipal da Nazaré.

“Contos do Mundo” é a primeira peça a entrar em cena no dia 6 de outubro, domingo, pelas 16h30. À semelhança da maior parte dos sete espetáculos que compõem o ciclo “A Caminho do Centenário”, a peça dirige-se sobretudo ao público infanto-juvenil. Em “Contos do Mundo”, o Teatro Figura recupera algumas das histórias de Hans Christian Andersen para recriar, através de marionetas construídas com objetos do quotidiano, um imaginário universal.

Seguem-se, até maio de 2025, outros seis espetáculos: “Sob a Terra” (Leirena Teatro com música original de Surma, a 3 de novembro); “O Quebra Nozes – um brinquedo especial” (com narração de Susana Henriques e adaptação musical para quarteto de cordas, 1 de dezembro); “Alfredo, o Colecionador de Borboletas” (SA Marionetas, com original de José Gil e música de Hugo Trindade, 12 de janeiro); “Globo de Saramago – 1993” (adaptação de “O Ano de 1993”, Leirena Teatro, 2 de fevereiro); e “Carnaval dos Animais” (Susana Henriques e Humorictus Ensemble, 4 de maio). A 26 de abril, subirá a cena “O Discurso sobre o Filho da Puta”, pelo Teatro da Rainha, o único da programação que se destina exclusivamente a um público adulto.

A temporada “A Caminho do Centenário” tem como principal objetivo, segundo o programador Adelino Mota, “devolver o Chaby Pinheiro à comunidade e colocar este maravilhoso teatro ao serviço da cultura na Nazaré e na região”, nas vésperas de se assinalar o seu centenário, a 5 de fevereiro de 2026.

“É desolador que um espaço com a beleza e a história artística do Teatro Chaby Pinheiro mantenha portas fechadas”, afirma Adelino Mota, explicando que mobilizou a boa vontade da Confraria de Nossa Senhora da Nazaré, proprietária do imóvel, para este projeto. “É um desafio, certamente, mas esperamos ajudar a redescobrir o gosto pelo teatro e pela cultura na Nazaré, trazendo as crianças e as suas famílias a este espaço”, afirma através da Lusitanus Ensemble. 

Os bilhetes para os espetáculos encontram-se à venda na Ticketline e na loja do Santuário do Sítio da Nazaré, com o preço de 5€ para adultos e 1€ para miúdos entre os quatro e os 18 anos.

Sobre o Teatro Chaby Pinheiro

O arquiteto Ernesto Korrodi, em 1908, imaginou e desenhou o edifício com uma fachada harmoniosa, mas discreta no conjunto arquitetónico da Confraria de Nossa Senhora da Nazaré. Localizado perto do Santuário de Nossa Senhora da Nazaré, é um teatro romântico tipo italiano, do início do século XX e é no seu interior que se encontra o encanto particular deste espaço. Destaca-se toda a construção em madeira da plateia e galerias e a obra de pintura de Francisco Aires, autor das pinturas do teto e da tela de boca de cena.

O Teatro Chaby Pinheiro foi inaugurado a 5 de fevereiro de 1926, com as peças “Conde Barão” e “Leão da Estrela”, pelo ator Chaby Pinheiro e a sua companhia de teatro. O entusiasmo do público nazareno foi tal que o teatro ficou com o seu nome.

O equipamento sofreu a sua primeira grande recuperação em 1976, a cargo da Confraria de Nossa Senhora da Nazaré, seguindo-se outra em 1993. Nos últimos anos, o espaço tem sido utilizado de forma pontual para eventos e espetáculos de artistas locais, sem uma programação regular.

Carregue na galeria e conheça melhor as instalações deste famoso teatro da Nazaré.

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