Kanye West continua a deixar atrás de si um rasto de controvérsia. Desta vez, terá que enfrentar as autoridades na sequência da acusação de Jenn An, uma antiga estrela do “American Next Top Model” de a tentar “sufocar e enfiar os dedos na garganta”, durante as gravações de um videoclip.
O processo deu entrada no tribunal de Nova Iorque esta sexta-feira, 22 de novembro, mas remonta a um episódio que aconteceu em setembro de 2010 durante a gravação do videoclipe da música “In for the Kill”, um tema de La Roux que contou com a participação do rapper norte-americano para a versão de remix.
Segundo a “Rolling Stone”, que terá tido acesso ao processo, Jenn An era uma das atrizes que participaram no vídeo, gravado no Chelsea Hotel, em Nova Iorque. A modelo estaria apenas de lingerie quando “Kanye West apontou para a equipa e pediu para lhe darem a miúda asiática”. Assim que se aproximou a atriz ter-lhe-à dito que “não estava a usar muita coisa”, ao que o músico terá respondido “por isso é que te escolhi”. A modelo recordou que o rapper pediu aos restantes atores para abandonarem a sala.
Os momentos seguintes são descritos por Kanye West como “arte”, mas a modelo tem uma perspetiva completamente diferente. Segundo a descrição do processo, o cantor pediu à equipa de filmagem para fazer um plano aproximado do rosto de Jenn Ann enquanto esta “imitava fazer sexo oral forçado”.
“Perante as câmaras, West começou a sufocar a vítima com uma mão. Pegou depois na noutra mão e meteu de volta do pescoço dela e continuou a estrangulá-la com as duas mãos”, pode ler-se no processo. “Ele enfiou depois vários dedos na garganta dela, continuamente, movia-os para dentro e para fora”. Enquanto isso, West gritava: “Isto é arte. Isto é arte. Sou um Picasso”.
O ato terá durado mais de um minuto, durante o qual a atriz terá “lutado para respirar” e sentiu “que desmaiou temporariamente”. “Quando o réu West decidiu que havia terminado com a autora, o rosto dela estava coberto de saliva e maquilhagem esborratada”.
O Universal Music Group (UMG) também está acusado no mesmo processo, uma vez que a vítima terá alegado que a empresa “falhou em investigar” o incidente. An alega que West violou a Lei de Violência Motivada por Género, em vigor em Nova Iorque, e pediu um julgamento por júri por danos punitivos, honorários e “mentais, emocionais e físicos, angústia, dor e sofrimento e danos à reputação”.
A versão final do videoclipe mencionado não conta com a participação nem de West, nem de An.