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Alfredo Tavares, o português que pode ver em “Wicked” — e que vai ser duplo de Tom Cruise

O ator faz de professor em "Wicked" e também surge numa das cenas mais icónicas do blockbuster que acaba de chegar aos cinemas.
Está a ser um sucesso mundial.

Qualquer fã de musicais sabia que em “Wicked”, o ponto alto estava reservado para o tema “Defying Gravity”. Assim foi. E no meio da icónica cena agora adaptada ao cinema, estava um português, que assistiu na primeira fila à bruxa Elphaba ser perseguida pelos guardas da Cidade das Esmeraldas.

Vestido com uma roupa verde e extravagante, cube ao ator gritar e dar ordem de caça à protagonista. “Gostei imenso porque também gosto de cantar e de me divertir. O ambiente chamou-me muito a atenção porque estavam todos vestidos de verde com tochas. É um momento especial, animado e divertido”, conta à NiT Alfredo Tavares.

“Wicked” estreou nos cinemas em Portugal a 5 de dezembro e prepara-se para ser um dos blockbusters do ano, sendo que já arrecadou cerca de 455 milhões de euros nas bilheteiras. Nada disso assustou o português. Está, afinal, mais do que habituado a trabalhar em grandes produções. Já passou pelos sets de fenómenos como “The Crown”, “Batman”, “Monstros Fantásticos” e “Bridgerton”.

No filme, Afredo também interpretou um dos professores da universidade Shiz, onde se desenrola grande parte da narrativa. A oportunidade surgiu através de um casting com cinco outros atores. “Estávamos todos a candidatar-nos ao papel de professor e eles escolheram-me a mim”, recorda.

Apesar de não falar, acaba por ser um elemento importante na narrativa. Surge numa cena em que Elphaba, interpretada por Cynthia Erivo, utiliza os seus poderes à frente de todos os alunos e docentes da universidade Shiz. “Depois tenho de abaixar um cadastro para os alunos virem ter comigo. Quando eles vão para os quartos, também sou eu quem lhes dá as chaves.”

O filme realizado por Jon M. Chu acompanha a evolução da amizade entre Glinda e Elphaba. As extraordinárias aventuras de ambas em Oz acabarão por fazê-las cumprir os seus destinos como Glinda, a Boa e Elphaba, a Bruxa Má do Oeste.

As gravações, que decorreram no Reino Unido, duraram cerca de seis meses e os atores trabalhavam aproximadamente 13 horas por dia, entre as cinco da manhã e as 18 horas. Apesar de ser cansativo, as condições eram de excelência, graças ao orçamento de 150 milhões de euros. “Foi uma das melhores produções em que trabalhei até hoje”, garante o ator de 50 anos. O serviço de catering durava o dia inteiro, tinham uma sala com mesas para descansarem e aquecimento, o que era extremamente necessário porque as filmagens tiveram lugar no inverno. “Havia respeito por toda a gente.”

Durante este meio ano, o português também teve a oportunidade de interagir com alguns dos grandes atores do filme. “Quando vi a Ariana à minha frente fiquei chocado porque ela é muito famosa e cumprimentou-nos. Ela estava sempre a sorrir. A Michelle Yeoh também está no filme e ela tinha vencido um Óscar há poucas semanas. Fiquei fascinado.” A exceção foi Cynthia Erivo, visivelmente “mais afastada do elenco e figurantes”, que Alfredo acredita ter sido estratégia para se manter em personagem.

O próprio cenário é outro detalhe que ficou na memória do ator: um mundo construído de raiz num estúdio, desde a cidade e o castelo de Oz à universidade Shiz. “Os estúdios eram monstruosos. Até construíram um lago por onde passa o barco que vai para a escola. Criaram mesmo um mundo mágico.”

 

As gravações da segunda parte de “Wicked” já arrancaram — o filme estreia em novembro do próximo ano —, mas o português ainda não foi convidado. “Acho que agora eles estão apenas a preparar as cenas e a fazer os ensaios. Talvez me voltem a chamar para outro papel.”

Enquanto o convite não chega, mantém-se ocupado. A 6 de dezembro, por exemplo, acabou de gravar o “Quarteto Fantástico”, protagonizado por Pedro Pascal, Vanessa Kirby, Joseph Quinn e Julia Garner. Um mês antes, começou a trabalhar em “Judy”, onde a sua função é outra: ser o duplo de Tom Cruise. “O filme está a ser filmado agora e acaba em março. Quando a câmara aparece atrás da personagem dele, na verdade sou eu que estou a ser filmado e que o substituo. É um sonho de infância que se torna realidade”, explica o aveirense que, infelizmente, pouco pode revelar sobre o projeto.

Leia o artigo da NiT e conheça a história de Alfredo, que se tornou num dos maiores figurantes de Hollywood.

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