Amigos e cunhados, André Roque e Maria João Baeta partilham a ansiedade de muitos pais, divididos entre o trabalho e os filhos. O desafio aumentou durante a pandemia, quando estavam fechados em casa e não sabiam como ocupar os miúdos durante o período laboral.
Surgiu assim um dilema entre os dois sócios, com filhos em idades entre os três e os quinze anos. Maria João tem duas meninas, com 14 e 11 anos, enquanto André tem três — dois meninos, com 13 e 10 anos, e uma menina com dois anos. Quando procuraram alternativas, repararam numa falha no mercado: não encontravam atividades simples, lúdicas e apelativas, que ajudassem no desenvolvimento de competências sociais e emocionais. Foi então que decidiram que estava na altura da mudança.
“Totalmente screen-free”, a The Happy Gang, como o nome indica, nasce da vontade de criar laços fortes. É uma marca nacional que dá um twist a jogos e brinquedos infantis com produtos diferenciados, mas pensados para momentos em família com pessoas de todas a idades.
“O que acontece, no dia a dia, é que muitos pais estão em piloto automático, assoberbados com a rotina do dia a dia”, explica André à NiT. “Quando chegam a casa, têm tudo para fazer e pouco tempo ou energia. Quando é hora de estar com a família, nem sempre conseguem.”
“Como estamos sem tempo, acabamos por dar telemóveis e não estamos a desenvolver a nossa relação com eles, nem as suas competências, a nível social ou cognitivo”, acrescenta. “Decidimos que queríamos ser parceiros dos pais e trazer ferramentas fáceis e versáteis para resolver este problema.”
A pensar nisto, criaram produtos que são próprios para idades dos três aos 15 anos. “Podem estar presentes em diferentes etapas e que criam diálogos saudáveis. Só assim é que nos conhecemos verdadeiramente e estamos juntos.”
Para colmatar a falta de experiência na área da psicologia — André trabalha em marketing e Maria na da distribuição de brinquedos, respetivamente — a dupla trabalhou, desde o início, com a psicóloga Rita Castanheira Alves para ter “uma base científica e pedagógica mais sólida”. A maioria dos produtos são desenvolvidos com o apoio de profissionais de várias áreas, como professores, filósofos ou terapeutas. À medida que o catálogo se foi alargando, sentiram a necessidade de acrescentar mais know how.
A The Happy Gang conta com várias gamas, com destaque para as Flashcards, com bestsellers como o “Vamos Conversar?” ou o “Os Meus Supoderpoderes”, e Desbloqueadores de Conversa, propostas simples e divertidas para desenvolver o pensamento crítico, como o “Perguntas Improváveis”.
O fundador destaca ainda os 52 Desafios, com a novidade “52 Desafios sem Ecrãs”, lançado este ano para fomentar a comunicação entre pais e filhos. Outro lançamento recente é a linha Brain Away, com uma versão do clássico Jogo do Stop.
“Temos lançado 15 novidades todos os anos e, em 2024, já foram cerca de 20. Temos uma dinâmica de inovação constante”, diz. “No próximo ano, queremos lançar mais gamas e tentar entrar em negócios que sejam complementares.”
Durante a pesquisa, notaram outra lacuna. “A maioria [das embalagens] não promoviam a componente familiar”, aponta. Decidiram que queriam trabalhar com ilustradores nacionais como Ana Seixas, para tornar o produto ainda mais apelativo para os mais novos.
Se dúvidas houvesse, a dupla tem sempre a aprovação do seu departamento de qualidade. Falamos, claro, dos filhos que dão sugestões e dizem o que deve ser melhorado, a nível prático ou da imagem.
Idealizada para um público diverso, a The Happy Gang já está disponível em 250 lojas de retalho de norte a sul do País, assim como em mercados internacionais, como Espanha, Suíça, Alemanha, Áustria, Costa Rica, Angola e Moçambique.
“Não excluímos a hipótese de explorar pop up stores em sítios estratégicos, mas queremos continuar a trabalhar com pequenos retalhistas”, conclui. “São eles que transmitem a qualidade do projeto e sentimos que esse trabalho está a ser feito.”
Todas as propostas da The Happy Gang estão disponíveis no site da marca. Os preços começam a partir dos 11,90€.
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