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Second Hand: a loja em Santa Cruz que vende “o antigo como novo”

O estabelecimento vende artigos em segunda mão. Desde roupa a peças decorativas, encontra-se um pouco de tudo neste cantinho.

Localizada na Praça Amarela, em Santa Cruz, a Second Hand é uma loja que “tem muita variedade”. Desde CD’s a estatuetas, louça, tapetes, quadros e roupa, encontra-se um pouco de tudo nesta loja de artigos em segunda mão, que está em constante renovação de stock. Aberta há um ano e três meses por Guilhermina Aguiar, a Second Hand já está preparada para o inverno e para além dos mais variados artigos, perfeitos para decorar a sua casa ou presentear alguém, irá ter em exposição novas peças de roupa, perfeitas para a época mais fria do ano.

“Tenho sempre roupa nova, porque uma senhora que tinha uma loja de roupa vai-me deixando aqui várias peças e eu vou adquirindo outras em segunda mão. Agora para o inverno vou colocar casacos de pele, camisolas de gola… vou ter aqui em exposição os casaquinhos e as camisolas mais quentes. Algumas ainda me sobraram do ano passado, outras são peças novas e eu misturo”, começou por dizer Guilhermina Aguiar, em entrevista à NiO.

“Também tenho aqui muitas calças de ganga mais baratas, por exemplo, camisolas, camisas, tenho aqui peças que as pessoas gostam muito. Agora, cada vez mais, as peças de roupa são todas iguais devido a lojas como a Zara, a Stradivarius… e as pessoas começam a querer coisas que já estão descontinuadas, que já não existem. As peças daqui têm essa característica, para além de ainda estarem completamente novas”, continuou por dizer Guilhermina, destacando ainda um segredo muito importante no que toca à seleção de todos os artigos que tem para venda: “As peças têm que ser escolhidas com gosto, porque se não for assim as pessoas também não levam. Isso também é apelativo, porque sou eu que as escolho e os artigos que aqui estão parecem todos novos”.

No entanto, peças de roupa não são a totalidade do negócio de Guilhermina, que revela outros artigos que também têm muita procura: “Há de tudo. Agora, os jovens procuram muito pelos vinis e pelos CD’s. Tenho muita gente a comprar CD’s ainda, muitos discos da Amália que já não se veem por aí. Mas tenho também uma grande variedade de muitas outras coisas, desde espelhos a bibelôs, cadeiras, almofadas, candeeiros, estatuetas, relógios antigos. As pessoas acabam por entrar aqui porque há sempre qualquer coisa que lhes chama a atenção e às vezes compram só para poderem dizer que têm uma peça vintage”.

Tendo tido vários negócios ao longo da sua vida, Guilhermina Aguiar, de 69 anos, admite que a abertura da Second Hand foi uma ideia espontânea que surgiu perto do verão do ano passado, quando o útil se juntou ao agradável. “Dei formação durante 27 anos e o meu marido começou a incentivar-me, no ano passado, para me reformar. Além disso, nós morávamos em Alverca e decidimos vender essa casa, já era a nossa terceira. Já tínhamos uma aqui em Santa Cruz, há cerca de 30 anos, para onde começámos a vir com mais frequência durante a pandemia. Passei a gostar mais disto e fomos ficando por cá. Apesar de ter decidido passar à reforma, não queria ficar em casa sem fazer nada, tinha de arranjar qualquer coisa. Como já tinha morado em várias casas, tinha muitas coisas guardadas aqui e ali e pensei juntar tudo e abrir uma loja com artigos em segunda mão. Pesquisei, vi que não havia nada semelhante em Santa Cruz e decidi avançar.”

“A maioria das coisas que tenho aqui na loja, são, portanto, coisas que tinha nas minhas outras casas. Depois, tenho outras coisas que fui comprando ao longo do tempo. Eu gosto de ir sempre comprando, porque também vou vendendo e preciso de ter coisas novas. Há pessoas que cá veem e perguntam-me se eu compro coisas antigas que têm em casa, mas eu acabo por não comprar muitas das vezes devido aos preços que pedem. Como isto é uma loja em segunda mão, quem cá vem quer comprar coisas baratas e, quando vendo algo ligeiramente mais caro, as pessoas queixam-se. Querem mesmo as coisas quase dadas”, continua a explicar Guilhermina.

Desde roupa a artigos para casa, pode encontrar de tudo na loja.

No que toca aos artigos que têm mais sucesso na sua loja, Guilhermina revela que quando os clientes entram não procuram nada em específico, mas que muitas das vezes acabam por levar algo: “As pessoas entram e não chegam especificamente à procura de algo. Acabam só por entrar, dão-me os parabéns porque acham que a loja está muito bonita e vão dando uma vista de olhos. Depois há sempre qualquer coisa que chama a atenção, vendo muitas cadeiras antigas, mesas antigas, e quem entra acaba por encontrar algo que ficaria bem na sua casa. Houve o caso de uma senhora que entrou aqui e disse que só ia ver e que não ia comprar nada, mas que passado um bocadinho acabou por levar um quadro que estava em exposição na loja”.

“Muitas vezes também me dizem que isto nem parece uma loja em segunda mão, porque normalmente nessas lojas está tudo muito gasto e nesta não, está tudo em ótimo estado. A loja é apelativa e quando se entra dá para ver que as coisas estão arrumadas, limpas, e que estão cá com gosto. Também gosto muito do contacto com o público, porque é uma relação interpessoal”, conclui Guilhermina, mostrando-se orgulhosa do seu trabalho.   

Destacando-se pela diversidade de artigos a preços acessíveis, a Second Hand é uma loja que promete cativar a atenção daqueles que lá decidem entrar. Num canto tímido da praceta de Santa de Cruz, que atinge o seu esplendor durante o verão, o estabelecimento acaba por ter dois horários: um para o verão e outro para o restante ano. Durante a considerada época alta, entre julho e o final de setembro, Guilhermina opta por abrir a loja durante toda a semana, fins de semana incluídos, a partir das duas e meia da tarde, fechando à meia noite. No restante ano, o horário de funcionamento da Second Hand acaba por ser mais reduzido devido à menor afluência. Assim, durante esse período, a loja encontra-se aberta à sexta-feira, das 14 horas até às 19, sendo que aos sábados e domingos a mesma abre entre as 11 e as 19 horas.

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