Nas Caldas da Rainha, há um novo espaço que vem desafiar a lógica do consumo desmedido, oferecendo uma alternativa sustentável à forma como vestimos e cuidamos dos miúdos. Liderado por Maria José Nave, farmacêutica de formação e defensora da reutilização, este conceito propõe uma mudança necessária nos dias de hoje: reduzir o desperdício têxtil e dar nova vida a peças que já não quer.
A Kid to Kid, inaugurada no dia 12 de novembro, funciona com um modelo simples mas poderoso. Trata-se de uma loja onde os pais podem vender as roupas que já não servem aos filhos e comprar novas, numa espécie de economia circular que promove a sustentabilidade ambiental (e a saúde das carteiras).
Maria José Nave, de 51 anos, mudou-se de Lisboa para as Caldas da Rainha com um propósito claro: oferecer às famílias uma opção mais consciente. “Sempre fui cliente fiel deste conceito desde que os meus filhos nasceram”, diz. Numa altura em que sentiu necessidade de mudar de vida, viu na oportunidade de criar um negócio próprio uma forma de alinhar os valores pessoais e profissionais, ajudando a combater o desperdício gerado pela indústria da moda infantil.
A empresária decidiu apostar na marca (que trabalha com espaços franchisados) e abriu a 21.ª loja da Kid to Kid, nas Caldas da Rainha. Para Maria José, mais do que uma tendência, reutilizar tornou-se numa prioridade. “A moda é rápida e o marketing estimula o consumo excessivo, mas as crianças crescem depressa, e as roupas ficam quase novas. É absurdo não reutilizar peças em perfeito estado“, sublinha.
À New in Oeste, a responsável explica que na Kid to Kid se aceitam roupas, calçado, brinquedos, livros e artigos de puericultura. Tudo para utilizadores com idade indicada entre os zero e os 12 anos, e que estejam em bom estado. Os pais são responsáveis pela primeira triagem. “Pedimos-lhes que escolham as peças e os artigos como se estivessem a comprar para os filhos”, adverte Maria José.
A segunda seleção, é feita pela Kid to Kids. Critérios como “o estilo, as tendências, as condições, e a procura também influenciam a nossa escolha e o preço”. A loja encontra-se, atualmente, numa fase de construção de stock, mas, a partir de fevereiro, promete adotar um modelo dinâmico de compra e venda contínuas. “Pagamos a dinheiro na hora, em saldo, com um incentivo de 20 por cento”, explica a responsável, sublinhando que este sistema permite aos clientes otimizar recursos de forma eficiente.
Os preços são definidos por um programa informático que, com base nas informações inseridas, determina tanto o valor de compra como o preço de venda ao público. Um artigo de valor mais baixo pode custar cerca de 1,50€, por exemplo. Durante as campanhas especiais os preços podem ficar ainda mais baratos. “Praticamos preços acessíveis e é essencial que as pessoas entendam isso antes de nos visitarem. Não podem esperar que paguemos o valor de um artigo novo como o encontrado numa loja tradicional”, reforça
O público que procura este tipo de serviços não é uniforme, mas há um ponto em comum: a consciência. São pais e mães que veem valor em reutilizar, não só como forma de poupar, mas também de educar os filhos sobre responsabilidade ambiental. “Hoje, há mais preocupação com o planeta e com o mundo que queremos deixar às nossas crianças”, comenta Maria José.
Além disso, a sustentabilidade financeira também é um atrativo. Com o aumento do custo de vida, iniciativas como a Kid to Kid oferecem soluções práticas para quem procura equilíbrio entre qualidade e economia.
O combate à produção excessiva de bens com pouca durabilidade é um dos pilares deste espaço. Cada peça vendida na Kid to Kid evita a necessidade de fabricar algo novo, poupando recursos naturais e reduzindo o impacto ambiental.
Janeiro está a ser um mês rico em novidades no Oeste. Carregue na galeria para conhecer o Urbana, um espaço três em um que abriu em Torres Vedras.