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Marta Maçarico regressou às origens e abriu novo atelier de joalharia na Lourinhã

O espaço foi inaugurado a 10 de outubro. A joalheira lançou ainda duas peças para assinalar a mudança: os Kikos e as Albertinas.

Há criações que contam histórias e há histórias que dão origem a arte. Isto define um pouco o que tem sido a vida de Marta Maçarico. A joalheira, de 32 anos, acaba de abrir um novo atelier na Lourinhã, a vila onde vive e onde passava férias em criança, na casa da avó Albertina. Após três anos em Torres Vedras, Marta decidiu regressar às origens e criar um espaço que reflete não só a maturidade da sua marca, mas também o seu percurso pessoal e as suas raízes familiares.

A nova loja-atelier, inaugurada a 10 de outubro, tem cerca de 100 metros quadrados e quatro salas pensadas para unir criação, contacto humano e experiência artística. Na entrada fica o coração do espaço — a oficina onde Marta trabalha e cria as suas peças. Há ainda uma sala dedicada a workshops e eventos e uma grande novidade: um estúdio de fotografia para casais, criado em parceria com os fotógrafos “Aura”, o casal Mara Costa e João Casimiro.

A ligação de Marta à joalharia começou cedo e tem uma figura central: a avó Albertina. Na entrevista que deu à NiT, em 2020, quando foi finalista do concurso New Talent, Marta contou que era a avó quem guardava os pequenos tesouros que mais a fascinavam quando era criança.

O novo atelier de Marta Maçarico tem uma decoração inspirada numa casa típica antiga portuguesa.

“Ela deixava-me brincar com as suas joias, com colares e anéis que pareciam ter segredos escondidos”, dizia na altura. Essa memória de infância foi o ponto de partida para o seu percurso criativo — e continua a ser a maior inspiração do seu trabalho.

Após estudar Conservação e Restauro, em Lisboa, Marta lançou a sua marca de joalharia com o seu nome, em 2019. Embora produza peças originais, um dos seus focos é dar nova vida a joias que os próprios clientes lhe trazem. “A maioria dos meus clientes continuam a ser noivos”, explica, em conversa com a NiO. “Trabalhamos muitas vezes com a matéria que eles próprios trazem — muitas vezes peças herdadas de familiares. O meu papel é dar uma nova vida a esse ouro ou prata, sem apagar a memória que ele transporta.”

Nos últimos anos, Marta tem-se concentrado especialmente no fabrico de alianças personalizadas, apesar de também ter clientes que querem homenagear familiares: “Tenho muitos clientes que trazem peças familiares, que eram dos pais ou dos avós para fazer algo novo, como se fosse uma forma de prestar tributo.”

A dupla “Aura”, João Casimiro e Mara Costa, são responsáveis pelas sessões fotográfica no estúdio do atelier

Kikos e Albertinas são as grandes novidades

Com a abertura do novo atelier, Marta lançou duas novas coleções de peças que representam as suas raízes e o momento de vida que atravessa. A primeira é a Albertina, inspirada num relicário da avó e batizada com o seu nome. “Neste regresso à Lourinhã, onde passei um dos melhores períodos da minha vida com ela, achei que fazia todo o sentido”, diz e acrescenta uma coincidência que tem detetado: “Curiosamente, desde que regressei à Lourinhã, tenho conhecido muitas pessoas cujas avós também se chamavam Albertina. É estranho, porque não é de todo um nome comum.”

A segunda novidade são os Kikos, pequenas pregadeiras em forma de bouquet de flores, inspiradas no seu filho de cinco anos, o Francisco. “Praticamente desde que começou a andar que ele adora apanhar flores. Eu levo-o à escola todos os dias a pé e ele tem de parar sempre para apanhar flores. Ao mesmo tempo, já há algum tempo que queria ter um acessório específico para os noivos, porque não tinha ainda, além de botões de punho. Como normalmente os homens levam uma flor na lapela, achei que fazia todo o sentido conjugar as duas realidades numa peça e assim nasceram os Kikos.”

Ambas as peças são minimalistas e são vendidas a preços acessíveis: as Albertinas custam 20€ e os Kikos estão à venda por 13€.

As Albertinas (20€) e os Kikos (13€) são as grandes novidades para celebrar a inauguração do atelier

Nos últimos anos, o trabalho da joalheira evoluiu naturalmente. “Uma das grandes mudanças desde 2020 é que deixei de me focar tanto em peças avulsas e passei a concentrar-me mais nas alianças”, explica.

Marta cria cada peça à mão, num processo totalmente artesanal, e gosta de envolver os clientes desde o primeiro momento. “As pessoas vêm com ideias, com memórias e com peças antigas. Eu procuro conjugar a minha arte e as minhas ideias com a história de cada cliente.”

Entre a luz natural, as máquinas de ourivesaria e as paredes do atelier, sente-se que o espaço respira a calma e o carinho com que Marta trabalha: “A Marta Maçarico não é apenas uma marca de joalharia; é um projeto que celebra o artesanato, o afeto e a autenticidade, dando forma a objetos carregados de sentido e que acompanham gerações”, afirma.

“Voltar à Lourinhã é fechar um ciclo e começar outro. É aqui que estão as minhas memórias, e é daqui que quero continuar a criar histórias — em forma de joias”, remata.

Carregue na galeria para ver algumas peças de Marta Maçarico e algumas imagens do atelier.

FICHA TÉCNICA

  • MORADA
    Rua António Pinheiro de Andrade, 21 - Loja B1
    2530-107 Lourinhã
  • HORÁRIO
  • Segunda a sexta-feira - 10 às 18 horas
  • Sábado - 10 às 13 horas

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