Ter em mente que a qualquer momento pode acontecer algo imprevisto é fundamental para sabermos lidar da melhor maneira com esse tipo de ocasiões. Um sismo, um apagão generalizado, uma tempestade que corta comunicações, um incêndio ou até um simples acidente doméstico podem mudar o dia em segundos.
Apesar disso, poucos portugueses têm em casa o essencial para lidar com uma emergência. Decididos a contrariar esta realidade, Diogo Reganha e Helena Garcia, um casal da Lourinhã, decidiram criar a Safe Kit, marca que torna a preparação em casos de emergência acessível, simples e prática para todos.
A ideia surgiu após o apagão geral que afetou Portugal a 28 de abril: “Nesse momento, percebemos que não estávamos minimamente preparados, nem uma lanterna tínhamos. Além disso, a atual situação geopolítica internacional, com guerras na Ucrânia e na Palestina, fez-nos pensar que temos de estar cada vez prevenidos para emergências”, explica Diogo, em conversa com a NiO.
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O episódio acabou por ser o ponto de partida para a criação da Safe Kit, lançada no mercado há cerca de dois meses. A ideia é simples: disponibilizar kits de sobrevivência completos e práticos, que permitam a qualquer pessoa garantir o essencial durante alguns dias, em caso de catástrofe natural, corte de energia, incêndio ou qualquer outro imprevisto.
“Queremos ajudar as pessoas a sentirem-se seguras, mesmo em situações inesperadas”, explica Helena. “Ter um kit de emergência não é ser alarmista — é ser responsável. É pensar um pouco à frente.”
Inspirados pelas recomendações da União Europeia (UE), que defende que cada cidadão deve ter um kit básico, capaz de assegurar a sobrevivência por 72 horas, o casal começou a estudar o tema. A UE sugere que inclua água potável (pelo menos um litro e meio por pessoa, por dia), alimentos não perecíveis, lanterna, pilhas, rádio, medicamentos, documentos pessoais, produtos de higiene, agasalhos e um estojo de primeiros socorros.
“Começámos a investigar e percebemos que noutros países isto é algo normal. Na Escandinávia, na Alemanha, na Holanda, é comum as famílias terem o seu kit pronto. Em Portugal, é um conceito quase inexistente”, nota Diogo. “Queríamos criar algo adaptado à nossa realidade, funcional, acessível e fácil de usar.”
A marca disponibiliza três versões online. Todas incluem mochilas vermelhas, cada uma com a sua composição e preço. O kit Essencial custa 49€ e traz um estojo de primeiros socorros, máscaras cirúrgicas, álcool gel, álcool etílico, escova e pasta de dentes, material de escrita, uma manta de emergência, um rádio a pilhas, uma lanterna de cabeça com fita elástica, pilhas de reserva e um apito.

A segunda opção é o kit Resistência. Custa 79€ e aos elementos já presentes no kit anterior acresce um powerbank solar, fósforos e velas, canivete multifunções e um poncho impermeável.
O modelo mais completo é o Autossuficiência, custa 119€, e é feito a pensar em situações ainda mais complexas. Além dos elementos que oferecem os outros kits, este inclui também rádio e lanterna solares com manivela, um filtro de água e uma corda multiusos.
“O nosso objetivo é que as pessoas sintam que têm o essencial por perto. Numa emergência, cada minuto conta — e a diferença entre estar preparado ou não pode ser enorme”, sublinha Helena.
Além dos produtos, a Safe Kit aposta também na educação e sensibilização. A marca tem uma presença ativa no Instagram e no TikTok, onde Diogo e Helena partilham vídeos explicativos sobre o conteúdo dos kits, mostram como utilizá-los e dão dicas de segurança e preparação.
Apesar de trabalharem noutras áreas — ele nas finanças e ela na comunicação —, a Safe Kit é mais que um projeto lateral. “É um part-time, mas é também uma missão, porque queremos contribuir para que as pessoas se sintam mais seguras”, afirma Helena.
Mais do que um produto, a Safe Kit é um convite à consciência e à responsabilidade. “Não sabemos o que o futuro trará. Mas podemos, pelo menos, estar prontos para o enfrentar”, remata Diogo.

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