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O Fuso: restaurante mais antigo de Arruda dos Vinhos nasceu num lagar de vinho

Abriu há mais de 50 anos, em março de 1973, e continua a fazer história na região do Oeste, com clientes de todo o País.

Há casas que fazem parte da história de algumas terras e o restaurante O Fuso é precisamente um deles. Localizado em Arruda dos Vinhos, este restaurante soma 52 anos de existência e é o mais antigo da vila de Arruda. Aberto por dois amigos, o negócio manteve-se entre as famílias de ambos após os seus falecimentos e continua a diferenciar-se pelas suas doses generosas de posta de bacalhau ou de costeleta de novilho. Para além disso, o restaurante destaca-se pelo seu aspeto rústico, com um grande assador que se vê mal se entra, onde acontece grande parte da ação.

“O Fuso foi fundado em 1973, mais concretamente no dia 9 março, por dois senhores, — o meu pai, Armino Mera, e o seu sócio, Fernando Guerra Cardoso. Eram dois amigos, um deles já ligado à hotelaria e o outro com experiência no mundo dos negócios, que se juntaram e abriram O Fuso”, começa por contar Carlos Mera, um dos atuais responsáveis pelo restaurante, em Arruda dos Vinhos.

“O meu pai sempre teve contacto com muitas pessoas ligadas à restauração em Lisboa, já era bastante conhecido, e O Fuso acabou por ganhar rapidamente protagonismo. O meu pai é de origem espanhola e acabou por vir para Portugal com o meu avô. O padrinho do meu pai tinha um restaurante em Lisboa e então trabalhou lá durante algum tempo”, continua Carlos, que explica ainda que apesar dos anos passarem, a essência do restaurante continua a ser a mesma.

“A base sempre foi igual: o restaurante sempre à volta de um lagar de vinho, com a grelha à vista, para grelhar postas de bacalhau muito generosas, que é uma das imagens de marca do restaurante”, revela Carlos Mera, referindo assim um dos pratos com mais saída no seu estabelecimento.

No que toca ao nome do restaurante, o mesmo tem como inspiração o lagar de vinho onde o restaurante foi construído: “O fuso é uma das peças que pode ser encontrada num lagar. É uma peça de madeira alta, com o formato de um parafuso, como se fosse um parafuso de madeira que faz a prensa da uva. Este lagar calcula-se que foi desativado por volta de 1954 e quando eles pegaram naquilo, o lagar estava cheio de entulho até ao teto”.

O ambiente familiar existente no restaurante, reflexo das origens do mesmo, foi se mantendo com o passar dos anos e, já na segunda geração de gerência, O Fuso continua a ser um negócio de família: “Há uma tradição familiar. Os nossos fundadores já faleceram há uns anos e o negócio continua nas duas famílias, portanto há uma continuidade. No fundo isto é um negócio familiar, é aí que estão as bases e a razão para o nosso sucesso, graças à matriz deixada pelos fundadores. Essa tem sido a preocupação das pessoas que hoje são responsáveis pelo restaurante, manter tudo isso e não se afastarem da matriz inicial que é a base de todo o nosso sucesso”.

Gerido ativamente por Carlos Mera e António Concelo, marido da filha de Fernando Guerra Cardoso, existe ainda um terceiro membro que foi acrescentado à gerência d’O Fuso. “Temos uma terceira entidade no capital do restaurante para além das duas famílias originais, que é o Delfim. O Delfim tem 70 anos, é o empregado mais antigo do restaurante e foi lhe dada uma pequena cota do estabelecimento há algum tempo porque ele é um dos obreiros do nosso sucesso ao longo destes anos e já trabalha aqui há uma vida”.

O grelhador é uma as imagens de marca do restaurante.

“Os nossos dois pratos mais famosos são, sem sombra de dúvidas, o bacalhau assado na brasa e a costeleta de vaca, o costeletão como chamam em Espanha. Estes são os dois pratos icónicos do Fuso. Depois temos outros pratos periféricos como o frango assado na brasa, as espetadas, a garoupa grelhada na brasa… E temos também um outro prato muito elogiado que só é feito à sexta-feira que é o cozido à portuguesa. Há muita gente que se desloca de propósito até cá para o comer”, explica Carlos, revelando ainda o preço médio da dose dos seus dois pratos mais vendidos: “O bacalhau andará à volta dos 52,50€ e a costeleta cerca de 50€”.

“A qualidade sempre ao mais alto nível é coisa que não abdicamos. Como costumo dizer, nós não discutimos o preço dos frescos, só discutimos a qualidade. Temos de garantir o melhor para os nossos clientes, mas também temos de refletir essa qualidade superior no preço final. Essa qualidade e esse cuidado têm se mantido no restaurante ao longo destes 52 anos”, explica Carlos Mera.

Com clientes de norte a sul do País, O Fuso é conhecido por muitos e faz parte da história de Arruda dos Vinhos. No entanto, Carlos afirma que só tem noção da dimensão do seu restaurante graças aos comentários das pessoas que por lá passam: “A noção da história d’O Fuso, da importância e dimensão que tem, é nos transmitida pelos clientes, não somos nós que a temos. Era apenas um miúdo, com pouca noção do que passava à minha volta, quando o meu pai fundou O Fuso, portanto, o restaurante sempre existiu nestes moldes para mim, é uma coisa natural. As pessoas alheias é que nos transmitem a grandeza e a importância d’O Fuso. Nós estamos lá todos os dias e o nosso trabalho é igual ao trabalho do senhor do café do lado, tentar fazer o melhor todos os dias. Ficamos muito orgulhosos com isso e sentimos que temos uma responsabilidade acrescida”.

Situado na Rua Cândido dos Reis, O Fuso funciona de segunda-feira a domingo, entre as 12 horas e as 22h30, para almoços e jantares. Devido à grande afluência de clientes aconselha-se marcação, que poderá ser feita por telefone (263 975 121).

Carregue na galeria para ver mais do restaurante e alguns dos pratos que pode provar por lá.

FICHA TÉCNICA

  • MORADA
    R. Cândido dos Reis 94, 2630-233 Arruda dos Vinhos
    2630-233 Arruda dos Vinhos
  • HORÁRIO
  • Segunda-feira a domingo: 12h00-22h30
PREÇO MÉDIO
Entre 30€ e 50€
TIPO DE COMIDA
Portuguesa

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