David Pedras, 38 anos, e Nuno Oliveira, 53, conheceram-se em 2015, durante um curso de sushi em Lisboa. Até então, não tinham qualquer ligação, mas a afinidade surgiu de forma natural e, dois anos depois, inauguraram o primeiro restaurante em conjunto: o Kabuki, nas Caldas da Rainha, focado sobretudo em sushi. Seguiram-se o Kabuki da Nazaré, em 2020, e o de Leiria, em 2021.
Agora, a dupla voltou a apostar nas Caldas da Rainha, com um conceito “mais ambicioso em termos de diversidade e profundidade gastronómica”. O Ronin Izakaya abriu portas a 7 de maio e promete mostrar que a cozinha japonesa vai muito além do sushi.
O quarto restaurante de David, 38 anos, e Nuno, 53, apresenta um ambiente intimista, com 22 lugares sentados e uma área total de cerca de 60 metros quadrados, a cozinha é aberta e toda a confeção decorre à vista dos clientes, num balcão que privilegia a interação direta com o chef, Filipe Pereira. A carta foi pensada ao detalhe, após meses de testes e melhorias feitas em conjunto com os sócios. O resultado é uma seleção equilibrada de pratos tradicionais japoneses.
Entre os mais pedidos estão as gyozas (6€), o katsusando — um “prego” japonês cortado em quatro, perfeito para partilhar (12,50€) —, edamame com flor de sal (4,50€), vários tipos de baos, yakitori — espetos de frango a partir dos 5,50€, ou ainda o tutano de vaca com chimichurri e tostas (17€). O menu inclui ainda oito variações de ramen (a partir de 12,90€), especialidade cuja complexidade desafia a simplicidade aparente. “É um prato muito trabalhoso, com caldos que demoram entre 10 a 12 horas a preparar e muitos condimentos envolvidos. Parece uma sopa, mas é muito mais do que isso”, explica David.
A mesma lógica aplica-se aos don, pratos de arroz que também integram a ementa, a partir dos 11,90€. Além do serviço tradicional, à mesa, o Ronin oferece uma experiência exclusiva para quem se senta ao balcão: um menu de degustação por 35€ (bebidas e extras não incluídos), com três entradas, dois pratos principais e duas sobremesas. Neste caso, não há pedidos: o chef constrói a refeição com base nas preferências de cada cliente, revelando cada prato à medida que é servido. No fundo, “é uma viagem personalizada à essência da cozinha japonesa. Todo o trabalho que está por trás acaba por ser recompensado pelas críticas que temos tido. As pessoas têm adorado”, afirmam os sócios.
A experiência no Ronin é pensada ao pormenor. O espaço pode ser isolado visualmente com cortinas que cobrem as janelas, criando um ambiente mais imersivo, calmo e desligado do mundo exterior — possibilidade que tem sido muito elogiada por quem já passou por lá. Com uma equipa de cinco pessoas, incluindo um chef e dois cozinheiros, cada detalhe conta e o serviço é personalizado. As reservas são recomendadas e podem ser feitas através do Instagram ou do site, com a possibilidade de escolher entre o balcão ou uma mesa.
Ambos naturais das Caldas da Rainha, David e Nuno já têm um percurso consolidado na restauração japonesa. A grande viragem, que alterou o rumo que seguiam, aconteceu em 2023. Os dois decidiram viajar para o Japão, onde ficaram quatro semanas e fizeram uma formação intensiva — uma experiência que ambos descrevem como “transformadora”. Aí, perceberam que a cozinha japonesa não se resume a peixe cru: “é um muito vasta, cheia de técnicas minuciosas, sabores complexos e tradições milenares”.
Fascinados com tudo o que aprenderam, os caldenses regressaram com uma missão: abrir um restaurante diferente, onde mesmo quem não gosta de sushi pudesse descobrir o Japão à mesa. “A cozinha japonesa é um mundo gigante. Depois da viagem, ganhámos ainda mais gosto por tudo o que está para além do sushi”, sublinha Nuno.
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