Temos boas notícias para os fãs de ginja (e das compras online): a Vila das Rainhas, conhecida por produzir um dos licores mais tradicionais de Óbidos, acaba de lançar uma loja online. A partir de agora, já pode encomendar a famosa bebida espiritual — e todos os seus derivados — sem sair do sofá. Com mais de 20 anos de história, a marca dá assim um passo importante na modernização, mostrando que tradição e inovação podem mesmo andar de mãos dadas.
“Era um sonho antigo. Cada vez mais as pessoas querem comprar no conforto do seu lar, por impulso ou por saudade. E agora podem fazê-lo com um clique”, conta à NiO Marina Brás, de 52 anos, que lidera a empresa desde 2001. A loja foi oficialmente lançada a 5 de maio e, em poucos dias, começou a registar as primeiras vendas.
Na nova plataforma digital é possível encontrar o emblemático licor Vila das Rainhas (a partir de 11,24€), mas também compotas (a partir de 4,43€), bolachas (8,30€), gomas (5,66€), infusões com folhas de ginjeira (4,92€) e até velas aromáticas (7,81€). “Temos produtos para todos os gostos e todas as ocasiões. Quem não bebe álcool ou não aprecia doces também encontra alternativas. Aproveitamos tudo o que a natureza nos dá: da folha e do pé da ginjeira fazemos um chá maravilhoso; com os caroços fazemos almofadinhas que se aquecem no micro-ondas e ajudam a relaxar. A fruta pode estar num gelado, numa salada ou num cocktail. A única limitação é a imaginação”, resume Marina.
Fundada por Joaquim Albano, a Frutóbidos foi a primeira empresa a produzir licor de ginja em Óbidos. Em 2001, Marina Brás — à data com experiência em restauração e banca — aceitou o convite para assumir os destinos do negócio. Mas, impôs uma condição: que Joaquim a acompanhasse e transmitisse todo o seu conhecimento. Durante dois anos, o fundador acompanhou a transição, garantindo que a nova geração respeitava a tradição.
Desde então, a empresa cresceu de forma sustentada, mantendo o processo artesanal que a distingue: a fruta é colhida à mão, colocada numa infusão hidroalcoólica, estagiada durante meses, misturada com calda de açúcar e sujeita a análises laboratoriais antes de ser engarrafada. O resultado é uma bebida de cor rubi, sabor aveludado, sem corantes nem aromatizantes.
A marca Vila das Rainhas é o “rosto” mais conhecido da Frutóbidos, um tributo às rainhas que marcaram a história de Óbidos — e um ícone da identidade local. “Temos o privilégio de ainda trabalharmos com o nosso primeiro cliente, o bar Ibn Errik Rex [onde nasceu a tradição de se beber ginja de Óbidos]. Isso diz muito sobre a qualidade e a confiança que fomos construindo”, salienta a empresária.
Com certificações como a de Unidade Produtiva Artesanal (CEARTE) desde 2004 e o sistema de segurança alimentar ISO 22000 desde 2011, a empresa mantém uma relação próxima com os produtores locais. “Trabalhar com o setor primário exige responsabilidade. Temos regras muito claras nas campanhas de colheita”, aponta. Desde 2004, a Frutóbidos exporta para mercados como Brasil, Alemanha, França, Suíça, EUA, Canadá, Inglaterra, Polónia, Itália, Macau e Países Baixos. “Há quem encontre uma garrafa Vila das Rainhas numa prateleira do outro lado do mundo — e sinta, nesse instante, o sabor de casa”, diz Marina, com orgulho.
Em paralelo, a empresa prepara um investimento de mais de um milhão de euros numa nova unidade na Amoreira, a cerca de cinco quilómetros de Óbidos e local onde tudo começou. Nesta mesma zona, a Frutóbidos já dispõe de um espaço com loja física, onde é possível encontrar todos os seus produtos. A nova unidade será dedicada ao licoturismo, um conceito criado internamente. Os visitantes poderão participar em provas sensoriais, visitas aos ginjais, degustações, cocktails e momentos de contacto com a natureza. “Queremos que as pessoas sintam a ginja desde a raiz até ao copo. Que toquem nas árvores, conheçam o fruto e se envolvam com o processo”, resume.
A qualidade também tem sido reconhecida de forma consistente. O licor Vila das Rainhas já venceu por sete vezes consecutivas o Prémio Cinco Estrelas, que avalia a satisfação do consumidor, a relação qualidade-preço e, claro, o sabor — numa prova cega feita por mais de 1.200 pessoas. “Ali é o produto despido de tudo, sem marcas nem rótulos. E é aí que mais nos destacamos”, sublinha a gerente.
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