Em Alcobaça, pode agora aproveitar o prazer de beber um café acabado de moer, preparado de forma a preservar e realçar o melhor de cada grão. Pelo menos, é esse o objetivo do Infuso, aberto desde 14 de novembro. O espaço oferece métodos de extração alternativos para os fãs de café mais exigentes, sem esquecer os expressos (de qualidade, garantem), pensados para os palatos e hábitos mais convencionais.
João Sousa, de 32 anos, trocou as mesas de póquer profissional pelos moinhos e filtros de café. “Tinha um trabalho muito mental e com bastante volatilidade”, conta à NiO. Além da instabilidade, os horários irregulares dificultavam a conciliação com a vida familiar. “Foi então que decidi criar o meu próprio negócio”, explica.
A ideia de abrir um espaço deste género não nasceu por acaso. “Acho que cheguei ao café de especialidade por ser um entusiasta de café e gostar de métodos de extração alternativos. Por norma, para quem procura saber mais sobre esses métodos o caminho até chegar ao café de especialidade é muito rápido”, refere.
Apesar não ser grande consumidor da famosa bica, foi a viajar pelo mundo que teve os primeiros contactos com outros tipos de café, nomeadamente numa ida à Bélgica, em 2012. “Comecei a interessar-me por cafés diferentes, oriundos de vários sítios do mundo”, relembra.
Decidiu aprofundar os conhecimentos num curso de barista, em Lisboa, em 2023. A experiência que tinha a trabalhar em cafés, bares e até em serralharia, deu-lhe as ferramentas necessárias para avançar com o projeto. O crescimento de um público apreciador de café de especialidade na região e a oferta reduzida deste tipo de conceito também foram um incentivo.
Assim, com a ajuda de um amigo, João Sousa transformou o salão de estética da irmã num espaço intimista e funcional. Trabalhar com apenas 20 metros quadrados não foi tarefa fácil, mas o barista, natural de Casal dos Pinheiros, a cerca de cinco quilómetros de Alcobaça, superou o desafio.
Graças a um banco corrido e às mesas quadradas suspensas na parede, o Infuso consegue acomodar cerca de 12 pessoas sentadas. O balcão com vista para a rua permite que mais cerca de quatro pessoas possam tomar o seu café, em pé.
“Fizemos as mesas e a estrutura metálica do balcão. À exceção da eletricidade e canalização, tudo foi feito por nós”, salienta. O ambiente resultante é minimalista e acolhedor, com paredes verdes, luz natural em abundância e música ambiente no volume certo, para não se sobrepor à conversa.
O menu combina tradição e inovação. Há um “blend” exclusivo para expresso, composto por 70 por cento robusta e 30 por cento arábica, de uma torrefação portuguesa de alta qualidade, que conquista ao clientes ao primeiro gole. O café mantém o travo característico da “bica”, mas revela um “after taste” marcante, que evidencia o cuidado e a dedicação por trás de cada chávena (80 cêntimos).
No entanto, é nos métodos de extração alternativos que o Infuso se destaca. O Cold Brew (2€), o café de filtro (1,50€) e o V60 (2,50€ a 4€) oferecem uma experiência única. A equipa da NiO teve a oportunidade de provar um V60, com grão proveniente do Brasil, escolhido pelo especialista.
“Eu gosto muito do V60, é o meu método de extração preferido. O café sai muito clean, com todas as notas evidentes e sem turvação”, explica João. E podemos confirmar: o café era encorpado, com uma amargura agradável e notas cítricas, reconfortante e extremamente saboroso.
Ao café somam-se as infusões (2,20€), preparadas meticulosamente “com termómetro e respeito pelos tempos”, os lattes desenhados (1,80€) e os capuccinos (2,20€) com ou sem xarope (+0.60€), apreciados pelo público mais jovem.
Para acompanhar, a vitrine exibe cookies coloridas (1,50€) e pastelaria tradicional, como bolo de arroz e pastéis de nata (1,20€). Há ainda torradas, sandes e tostas (entre 1€ e 4€). No futuro, a ideia é incluir opções veganas na oferta, mas vale destacar que já existem bebidas vegetais (por mais 60 cêntimos) para complementar as bebidas de café.
Tudo pensado de forma inclusiva, para agradar a todas as preferências e garantir a viabilidade do negócio, enquanto se desperta o interesse pelo café de especialidade. Afinal, como João diz, “toda a gente gosta de café”.
Pode visitar o Infuso para comprar café para levar ou beber no local, conhecer mais sobre o processo e, claro, trazer os seus amigos de quatro patas, que também são muito bem-vindos.
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