Globalmente, a indústria do café liga continentes através da tradição e do comércio, trazendo diversos sabores aos consumidores em todo o mundo e promovendo uma apreciação mais profunda por diferentes culturas. Além disso, a indústria está cada vez mais a adotar práticas ecológicas, concentrando-se na agricultura sustentável, no comércio justo e em métodos de produção ambientalmente responsáveis.
Artur Brosovski é um polaco a viver no Chão da Parada. No entanto, foi no centro das Caldas da Rainha que a New in Oeste esteve à conversa com Artur, no recém inaugurado Origem Cafe. É também nas Caldas onde está instalada a Origem Roastery. Artur confessa que a empresa se orgulha de seguir esta abordagem, priorizando o cultivo orgânico, reduzindo a pegada ambiental e garantindo salários e condições justas para todos os envolvidos em todo o processo da indústria do café.
“Ao aderir a estes princípios, pretendemos promover a qualidade de vida, bem como um planeta mais saudável. Esta abordagem holística sublinha a interligação de todos ao longo do caminho, desde as mãos que plantam as sementes até aos corações que provam a bebida final”, confessa o empreendedor de 47 anos que se dedicou toda a vida à indústria de gestão hoteleira.
Depois de ter passado por vários países da Europa como Reino Unido, Grécia, Hungria e Irlanda e de ter corrido o mundo a bordo de embarcações de cruzeiros, é em Portugal que se sente em casa. E foi precisamente nas Caldas que decidiu montar o seu próprio negócio de café de especialidade. O negócio abrange duas vertentes, a Roastery, onde torram café proveniente do Brasil ou Honduras, e o Café, no centro das Caldas, mas bem ao estilo dos cafés de especialidade de moda das grandes capitais europeias.
A indústria cafeeira entrelaça as práticas antigas com tecnologias modernas de ponta, revolucionando a indústria, melhorando a qualidade e a sustentabilidade. Maquinarias avançadas e ferramentas digitais otimizam o processo de torra, garantindo perfis de sabor consistentes e precisos.
Práticas agrícolas inovadoras, apoiadas pela análise de dados, melhoram o rendimento das colheitas e promovem uma agricultura amiga do ambiente. “A nossa empresa abraça essa sinergia utilizando equipamentos de última geração, desde o mais recente torrador de precisão até os mais avançados equipamentos e ferramentas de preparação de café que nos permitem afinar cada lote, mantendo os mais altos padrões de excelência e honrando os métodos tradicionais que dão alma ao café”, adianta Artur.
A marca tem três tipos de café distintos: 01; 02 e 03. São cafés do Brasil, da variedade Catuaí Vermelho, com características diferentes, com aromas de chocolate e caramelo no caso do 01, ou de geleia de frutas, laranja, malaço e caramelo no caso do 03. A referência 02 apresenta aromas mais abrangentes como guaraná, frutas cítricas, morango, e caramelo por exemplo. Outros blends já estão a ser trabalhadas de forma a aumentar a oferta.
O café é transformado através de processamento natural e fermentação anaeróbica com ou sem indução de levedura durante 70 horas. O processamento é feito pelos produtores de café verde, neste momento, o principal parceiro e fornecedor da marca é a Dbarbosa — uma família de produtores de café de Minas Gerais, no Brasil, que ganhou o Cup of Excellence em 2021.
E há ainda o o descafeinado, um blend das variedades Bourbon, Cattura, Catuaí e Pacas, proveniente das Honduras e processado sem químicos através de um processo patenteado designado por Swiss Water Process, lavado e seco ao sol. O processo Swiss Water® remove a cafeína mergulhando suavemente os feijões verdes numa solução de água durante pouco mais de 8 horas. A solução absorve a cafeína dos feijões e é depois filtrada repetidamente com carvão até que 99,9 por cento da cafeína seja removida.
No Café há bebidas desde um expresso a um café frio (cold brew) simples ou, por exemplo, com coco que é divinal. Também está disponível o serviço de take-away, embora o ambiente calmo e a decoração minimalista peça a leitura de um livro ou que se fique a trabalhar por lá. Há sempre em exposição peças de arte de artistas locais, para admirar entre um latte e uma fatia de bolo caseiro.
“No Origem gostamos de manter as coisas fáceis”, lê-se no menu que é preparado diariamente com os ingredientes mais frescos e sazonais, das refeições ligeiras, como uma salada, ou sopa ou sanduíche, que pode ser acompanhada por uma limonada caseira.
O Café funciona de quinta feira a sábado das 9 às 15 horas e segunda-feira no mesmo horário. Apesar de existir um horário afixado na porta do estabelecimento, Artur adianta que não é fã de regras e que se chegar um cliente perto da hora de fecho, não vai deixar de servir. As terças são reservadas para torrar café e as quartas para fazer entregas.
E como todos são bem-vindos, o café é um espaço amigo dos animais, há inclusivamente uma tigela de água à disposição dos clientes de quatro patas na entrada da loja. Seja qual for a preferência de café, este espaço oferece propostas de elevada qualidade e sabor, daquela que é uma das bebidas favoritas dos portugueses. Os preços variam entre 1,30€ por um expresso e os 8,95€ por uma sanduíche (que dependendo da disponibilidade, está disponível na focaccia recém-cozida da padaria artesanal do outro lado da rua, nos dias em que é confeccionada).
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