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Chamar “salsicha” e “hambúrguer” a produtos vegetais vai passar a ser proibido

Parlamento Europeu aprovou proposta para impedir que termos associados a carne sejam usados em alternativas à base de plantas.

A partir de agora, não há “hambúrgueres vegetais” ou “salsichas vegan”. Esta quarta-feira, 8 de outubro, o Parlamento Europeu foi a votos e aprovou uma proposta que impede o uso de termos associados a carne, quando se tratam de alternativas à base de plantas.

A proposta partiu do grupo do Partido Popular Europeu (PPE), que defende que estas denominações devem ser reservadas exclusivamente a produtos de origem animal. No final conseguiram 355 votos a favor e 247 contra.

“Carne é carne, ponto final. Manter os rótulos claros protege os agricultores e as tradições culinárias europeias.” A afirmação é da eurodeputada Céline Imart, do PPE antes da aprovação da proposta que impede o uso de palavras como “hambúrguer”, “salsicha” ou “bife”, quando se trata de um produto vegetal.

No entanto, nem todos os deputados concordaram. O deputado Peter Liese, ligado à CDU alemã, considerou a proposta desnecessária. “Ninguém se confunde ao ver ‘hambúrguer vegetariano’ ou ‘salsicha vegan’. Os consumidores sabem escolher por si próprios”, disse, citado pelo “Observador”. Para os Verdes, este foi um “debate absurdo”.

A decisão final, segundo a eurodeputada alemã Anna Cavazzini, é do Conselho e do governo alemão que poderá “pôr fim a esta loucura, que confunde consumidores, custa milhões às empresas e não beneficia os agricultores”.

Associações de defesa do consumidor, como a Verbraucherzentrale e a Foodwatch, condenaram a medida. Segundo as entidades, os termos associados, como hambúrguer vegetal, ajudam “o público a identificar melhor o tipo de produto”. 

Alguns supermercados e empresas alemãs (como Burger King ou Lidl) pediram ao Parlamento para que rejeite o impedimento, porque as “as marcas terão que encontrar novos nomes que vão “dificultar o acesso ao mercado e travaria a inovação”.

Uma sondagem, realizada em 2020, revelou que, para 80 por cento dos consumidores europeus, não há problema na utilização de termos como “salsicha de soja”, entre outros, desde que estejam propriamente rotuladas como alternativas à carne.

Esta não foi a primeira vez que este tema foi discutido no Parlamento Europeu. Em 2020 já tinha havido uma votação e na altura a proibição destas expressões foi chumbada.

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